23º dia: Pedro Luro - Viedma

06/02/2010

Trajeto do 23 dia: 162 km
Pedro Luro - Viedma

Após cruzar o rio Colorado, estava entrando oficialmente na patagônia. Fim do verde e início da interminável estepe patagônica, com sua vegetação rasteira e desértica...

Minha recepção à Patagônia foi feita por esta revoada de papagaios :-)

De repente, descubro uma teia de aranha embaixo do guidão da bike...

Será que venta forte nesta região? O detalhe é que este já é o formato das árvores, pois quase não tinha muito vento esta manhã...

Parei aqui descansar um pouco, e enquanto conversava com o morador local, me surpreendi com o nome do seu cachorro: Cacique!
Imagino que tal nome justo nesta região tem origem remota, pois justamente por toda a parte sul da província de Buenos Aires, durante a colonização, eram feitas trincheiras de centenas de quilometros, para proteger de ataques indígenas. O nome do cachorro me pareceu ser um resquício das peleias com os índios, uma vez que os colonos sofriam ataques ferozes dos nativos americanos. Por outro lado os índios foram dizimados na Patagônia, tanto é que hoje é muito difícil encontrar publicações que tratem do tema, pois é uma memória que os argentinos não fazem questão de ter. Enfim, na verdade esta é uma realidade de todas as américas, no que diz respeito à colonização e aos massacres que ocorreram de Norte a Sul.

Por indicação do João Paulo Sabóia, que havia pedalado por aqui alguns dias antes, também rumo à Ushuaia, fiquei sabendo deste pueblo, onde seria o único local em que poderia encontrar almoço neste dia...

Assistir Chaves sem dublagem é sempre bacana hehe...

A siesta foi entre a sombra rala destas árvores, e sob um sol escaldante...

Á tarde me deparei com minha primeira "tempestade de areia"... vento muito forte e areia em suspensão cobrindo a pista...

Um motociclista que vinha de Puerto Madryn e se dirigia à Buenos Aires...

Fiz os últimos quilometros de pedal à noite...

Neste dois vídeos dá pra ver os raios que se observavam de oeste...

Chegando em Carmen de Patagones com fogos... não sei o que celebravam pois não lembro de ter alguma festa neste dia.

Passei o dia comendo e vestindo poeira como bem se pode ver. Como eu estava pra lá de cansado quis parar no primeiro hotel que vi, mas não tinha lugar pra bike. Ou o mais provável, era fino demais pra aceitar um cara coberto de poeira e suor saindo do deserto...
Melhor, umas pedaladas a mais e tive a oportunidade de buscar um lugar mais econômico também. Assim que me dirigi a Viedma e me instalei na primeira hospedagem.

Ponte para Viedma, cruzando o rio negro.